segunda-feira, 20 de junho de 2011

Grêmio x Vasco: gosto de...

Derrota.
Sim, temos a retomada do nosso blog em clima de derrota.

Segundo a mentalidade para ser virtualmente campeão brasileiro, em que empate fora de casa é vitória, e empate dentro de casa é derrota, podemos então dizer que o jogo de ontem foi uma vitória com gosto de derrota pro Gigante, e uma derrota com gosto de vitória para os gaúchos listrados.
Só o Campeonato Brasileiro pra nos proporcionar algo assim. Nós, que poderíamos estar satisfeitos, não estamos. E o time do churrasqueiro, que deveria sair com o sentimento de derrota, sentiu o alívio, pensando que aconteceu o "menor pior".

Isso porque criamos muitas chances, mas fizemos o gol na jogada mais improvável. E quando pensamos (e isso inclui nosso sistema defensivo) que já estava tudo na paz de Deus, uma falha de marcação e posicionamento empata o jogo. Uma jogada simples, mas que recorrentemente vem nos criando problemas: o cruzamento pela esquerda.

Ainda no clima de otimismo pós Copa do Brasil, vejo mais "lado bom" do que defeitos. O Vasco se comportou como deve. Não se intimidou, jogou melhor durante a partida, e impôs sua maneira de jogar. Nossa estrela brilhou no penalty defendido, mas fraquejou antes do apito final. Claro que nossa boa postura é facilitada pelo time bastante fraco do Grêmio, que, para os jogadores que tem, está até bem (palavras do próprio Renato Gaucho).

Vejamos, então, o Vasco em campo. Como de costume, apresentamos a variação de posicionamento entre as formações de ataque e defesa, mas uma variação mais sutil do que de costume. Daí decorre o fato de eu acreditar que AINDA NÃO temos o famoso padrão tático.

Se me perguntarem: "Como o Vasco jogou ontem?", eu responderia de pronto que jogamos com o meio em losango. Claro que essa é uma opinião, e um posicionamento diferente dos que eu vi em outros blogs que costumo dar uma olhada, mas penso que se sustenta. Além disso, me achamou a atenção o fato de termos jogado com uma defesa bastante compacta, mas com o setor ofensivo bastante disperso, tentando abrir espaços na defesa gremista e trazendo a marcação deles pro nosso campo. Estratégia que foi bastante efetiva.

No ataque:



Nossa postura, então, era de um ataque esparso principalmente pelo flanco esquerdo, onde Ramon teve liberdade e boa interação com Felipe, enquanto Alecsandro procurava fazer o pivô e distribuir as jogadas centralizadas e Diego Souza chegava no apoio pelo meio. Felipe foi menos presente do que de costume, porque adotamos uma postura mais defensiva, onde nosso maestro pouco ocupou sua posição de maior rendimento. Aquela posição era de Diego Souza, que não se deslocava para as pontas como em outras ocasiões.

Estava, então, cumprido o objetivo de Ricardo Gomes: um ataque relativamente incisivo (com um corredor na esquerda e mais articulação pelo meio e direita), com maior solidez defensiva. E deu certo durante a partida. Defensivsamente, a direita mais povoada dava conta da marcação do lateral e ponta direita gremistas, enquanto o time gaucho atacava com menos jogadores pela esquerda:



Com Rômulo na sobra da zaga, com dois jogadores na função de segundo volante e na cobertura dos seus respectivos laterais (Allan e Felipe, por quem passava o início da retomada do Vasco) e com um meio campo compacto, possível pela centralidade de Diego Souza e pelo nítido recuo de Éder Luís na ala direita para ocupar espaços e partir em velocidade no contra-ataque, quando Alecsandro se posicionava um pouco mais à direita, fomos perigosos sem sofrermos grandes perigos, a não ser em pequenos apagões desse sistema muito bem organizado.

São essas as "fotografias áreas", coisa de Professor de Geografia, que nos mostram a maior parte do jogo. Entretanto pouco nos falam dos momentos em que o jogo foi decidido. Isso porque o resultado do jogo ficou definido quando, no Vasco, já estavam em campo Bernardo e Jumar, nos lugares de Diego Souza e Felipe (machucado). Isso significou um padrão tático diferente, mais defensivo, porém mais agressivo (Jumar que o diga) no meio-campo.

De diferente, temos que Romulo deixou de fazer o "falso terceiro zagueiro", e se colocou como primeiro volante, mais pela esquerda, enquanto Jumar se posicionou pela direita, se movimentando muito pra marcar e dando um combate mais avançado, junto com Allan que ficou mais responsável pela saída de bola. Além disso, a centralidade de Diego Souza no meio-campo dá espaço à abertura de Bernardo pela esquerda, com liberdade para fechar para o meio ou avançar pela ponta-direita, de onde saiu seu improvável e sortudo gol. Com isso, Éder foi deslocado pela esquerda, e Alecsandro ficou centralizado, mas saindo mais da área para buscar jogo na ponta esquerda, alternando com Éder Luís.



Com a tranquilidade do nosso gol pouco provável, num momento em que o Vasco perdia espaço em campo após relativo domínio da partida, o time relaxou. Sofremos um gol que comumente temos visto o Vasco levar: como já disse, cruzamento da esquerda. O Grêmio pouco vinha jogando por aquele lado, e numa jogada fácil, já que o gremista subiu sozinho no meio de três jogadores que costumam ir bem nas bolas aéreas, sofremos o gol que sacramentou nossa vitória com gostinho de derrota.

Para não dizer que não fez nada pra tentar resolver, Ricardo Gomes troca 9 por 39. Elton entra com menos mobilidade que Alecsandro, sua característica comum, e nada fez. Mas não podemos culpá-lo.

Vimos mais dois pontos irem por água abaixo. Agora temos dois possíveis argumentos: o primeiro, o oficial do Vasco, diz que o campeonato está no início, e podemos reverter a situação; o segundo, o dos pessimistas, diz que esses 4 pontos podem ser fundamentais ao Vasco no futuro. Acredito na primeira posição. No Campeonato Brasileiro só nos interessa a primeira colocação, e os últimos anos nos mosram que os campeões não necessariamente começaram bem, mas fizeram uma boa reta final; tivemos uma boa atuação, já que jogamos com grandeza num estádio onde é comum o apequenamento de outros clubes (JOGAMOS COMO VASCO DA GAMA); temos um elenco com poucas deficiências para um campeonato longo.

Acompanhemos o futuro. Com esperança de boas emoções, boas atuações.

Saudações Vascaínas!

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