domingo, 17 de julho de 2011

Novamente, falar do que não vi... (VAS x APR)

Novamente não pude assistir a vitória do Gigante sobre o "temido" Furacão.

Novamente, por esse motivo, me abstenho de analisar taticamente a partida. Como não aguento ficar sem informações vascaínas, novamente assisti aos melhores momentos e procurei observar o que dizem os blogs da lista que consta ao lado direito, de sites recomendados.

Comento, brevemente, o que me chamou a atenção:
1) O criticado Alecsandro fez dois gols típicos de um bom centro-avante: oportunismo, bom posicionamento e finalização simples nos dois casos. Fez o que tinha que fazer.

2) Bernardo não consegue se adaptar à posição que vem jogando, a ponto de sair (com raivinha) para o retorno de Diego Souza. Ricardo Gomes está na dúvida entre os dois (provavelmente, sofrendo pressão para escalar o jogador mais caro do elenco), e fará ainda alguns testes antes de decidir. E estes testes podem ser benéficos: a experiência me mostra que o meio campo é o lugar onde mais fazem efeito substituições onde troca-se "seis por meia-dúzia", sem alterar a disposição tática do time. Portanto, ficar na dúvida entre Bernardo e Diego Souza e fazer este teste é muito mais produtivo do que ficar na dúvida entre Alecsandro e Elton e fazer o teste durante o jogo.

3) Devo, portanto, parabenizar nosso técnico. Optou por Alecsandro, foi pressionado para colocar o Elton e sustentou sua convicção até o fim, sendo recompensado por isso. Não acho estranho que se tenha dúvida entre Elton e Alecsandro, pois os dois têm um nível muito próximo (para nós, devo dizer que isso é uma infelicidade). Entretanto, como já disse, trocar de centro-avante durante o jogo só pra testar é queimar uma substituição sem grandes motivos para isso. Na minha opinião, um time que se propõe a ter um jogador em campo "apenas" com a função de empurrar pra dentro do gol adversário tem que escalar esse sujeito e acreditar nele até o fim, porque nessa posição é completamente natural que o homem não faça nada durante 99% do jogo, mas que o 1% dê a vitória.

4) Ando pensando seriamente em abrir um consultório esotérico, porque, mais uma vez, vejo que meu antigo post sobre "o trabalho dos laterais" anda rendendo comentários futuros. Reparem nos três gols de hoje. A) o primeiro gol do Atético-PR saiu de uma jogada articulada pela ponta esquerda entre MEIA e LATERAL, que resultou num cruzamento RASTEIRO um pouco para trás, de onde saiu o gol após uma série de falhas (inclusive na cobertura do lateral, assunto do qual falei no último post); B) o primeiro gol do Vasco saiu de uma jogada individual do nosso lateral indo ao FUNDO (e quando o lateral vai ao fundo, todos esperamos um cruzamento por cima) e invadindo a área para tocar RASTEIRO para nosso segundo atacante, que estava posicionado exatamente para isso, dentro da área; C) em nosso terceiro gol, vemos o jogador da lateral  direita mais preso, mas temos o segundo atacante atuando como ponta direita para, aí sim, fazer um cruzamento para o centro-avante. Por que fui profético? Porque, novamente, todas as situações de gol foram comentadas naquela post; e porque, novamente, isso me permite questionar o mito de que todo lateral deve ser um jogador que foca em ir ao fundo e cruzar por cima. Existem inúmeras outras possibilidades, tão efetivas quanto.

5) Gostaria de saber como se comportou taticamente a defesa vascaína: se puderem me ajudar com essa informação nos comentários, agradeço. Isso porque também no post sobre o esquema de jogo para o Reizinho e no último post afirmei que nossa pouca eficiência ofensiva se devia à necessidade de compensar a retirada de um jogador de marcação forte para a entrada do Juninho com funções mistas entre ataque e edefesa assim como Felipe já jogava. Acreditava, e ainda acredito, que o bom treinamento tático de Ricardo Gomes nos permitirá ter uma defesa sólida mesmo com nosso quarteto de meio titular, sem sacrificar a parte ofensiva.

Acabados os comentários específicos sobre a partida de hoje, ressalto que, novamente, não esqueço das promessas temáticas feitas anteriormente: hoje cumpro a promessa de falar de nossas opções para o meio-campo, deixando para o futuro (talvez nesse meio-de-semana sem jogo do Vasco) o assunto das formações táticas e seus nomes.

O motivo dessa escolha advém do fato de o Maestro estar suspenso para a próxima partida, o que obrigará Ricardo Gomes a alterar a formação do meio-campo (já que o único jogador do elenco que já fez a mesma função tática de Felipe no Vasco de Dorival Júnior foi Jeferson, que jogará nos "Isteites"). O que Ricardo Gomes fará? As respostas que pipocam na mídia consistem em escolher entre Diego Souza e Eduardo Costa.

Seja lá o que nosso treinador resolva fazer, nos favorece o fato de termos uma semana para acertar a nova formação até entrarmos em campo fora de casa contra o questionado, porém não tão distante na tabela, Galo Mineiro. Jogar com formações diferentes não é um problema para Gomes ou para os jogadores: basta revisar a postagem deste blog sobre o padrão tático (junto à análise de Vasco X Cruzeiro) e mesmo a outra sobre os sistemas de cobertura dos laterais, citada acima. O Vasco vem apresentando formações razoavelmente diferenciadas, e sempre bem organizadas, apesar de termos aparentemente repetido a dose três vezes seguidas (Atético-PR, Internacional e Corinthians). Jogaremos, mais uma vez (como Ricardo Gomes gosta de fazer), de acordo com as circunstâncias: partida em MG contra um time que, apesar de desacreditado, tem lá sua tradição e força em casa.

Dentro das possibilidades óbvias já apontadas pela mídia, temos, então:
1) Eduardo Costa no meio:
Nesse caso, teríamos um sistema defensivo novamente mais sólido, com dois volantes que se empenham muito na marcação, apesar de qualidade bem reduzida na saída de bola. Isso nos colocaria maior solidez na zaga e na proteção aos laterais, que seriam mais exigidos tanto para sair jogando quanto na articulação ofensiva de fato. Penso que é a possibilidade mais prudente, com um 4-4-2 clássico.

2) Escolhendo Diego Souza:
Nessa segunda possibilidade, obrigaríamos novamente juninho a marcar como segundo volante e sair na articulação com menos liberdade. Com isso, apostaria numa formação parecida com nosso losango atual, mas em vez de alinhar os dois vértices das laterais, o vértice do Rei seria mais recuado e o do "Soneca" mais avançado, o que implicaria num leve deslocamento de Bernardo para a meia direita (posição onde ele rende mais do que centralizado) e num temeroso deslocamento de Rômulo para a esquerda, já que
Diego Souza marca e se esforça muito menos que Felipe.

3) Se fosse uma partida em casa, arriscaria mais:

 Isso significaria um time ofensivamente em 4-3-3, com Bernardo e Éder Luís abrindo respectivamente na ponta esquerda e na ponta direita. Mas, aproveitando a disposição e correria dos dois, o setor defensivo seria recomposto em 4-5-1, onde ambos se alinhariam com Juninho tanto para ocupar espaços quanto para sair em velocidade no contra-ataque. Duvido que Ricardo Gomes fará isso.

4) Existe, ainda, a possibilidade de dar o devido crédito ao Jumar, que vem com mais ritmo que Eduardo Costa: nesse caso, teríamos a mesma formação da opção 1 (mas, provavelmente, com Rômulo na direita e Jumar na esquerda). Eduardo Costa é mais técnico que Jumar, porem menos veloz e vigoroso, além de pesar como vantagem para este último a questão do ritmo de jogo: Eduardo Costa não é nenhum garoto e esteve na França sem treinar para ajustar sua recisão com o Mônaco.

Acredito que Ricardo Gomes optará entre 1 e 4. Provavelmnente escolherá a opção 1, já que o blogueiro aqui não manda em nada e preferiria 3 ou 4.

Nos resta acompanhar as notícias durante a semana para os indicativos possíveis da formação, tendo consciência de que não nos aguarda uma partida fácil e de que Felipe nos fará falta, ainda que não venha desequilibrando tanto quanto antes. Essa semana funcionará como um importantíssimo teste, já que nossa formação do meio com Rômulo, Juninho, Felipe e Bernardo (ou Diego Souza) ainda não está completamente ajustada e estabilizada. É a oportunidade de tentar algo diferente para, talvez, sustentar este diferente para o futuro, ou, pelomenos, tê-lo como opção tática confiável. Por isso, faço uma última especulação, agora para o futuro: se Bernardo e Diego Souza  não renderem o esperado, por que não um meio apenas com Felipe e Juninho atacando?


Isso nos daria solidez na defesa e uma qualidade absurda no passe. Porém, teríamos a questão da idade dos armadores pesando (apesar de ambos estarem ainda correndo em bom nível, muito mais que Diego Souza, por exemplo) e o problema da falta de um armador que DE FATO parta pra cima em velocidade e bagunce o esquema tático adversário com jogadas individuais. Isso significa que uma retranca com marcação específica poderia anular nosso meio.

A solução para estes problemas poderia residir no banco de reservas, trocando no intervalo, ou no próprio campo, permitindo que Juninho e Felipe trocassem de posição entre si. Lembremos que quando Felipe jogou com liberdade no ataque, ele caía frequentemente pela meia direita, centralizando o jogo de maneira inesperada (e lembremos também que felipe já jogou na ponta direita).

Para termos mais concretude com relação a esta última especulação, precisamos aguardar a próxima partida!
Observemos!
SV!

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