quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Um tropeço que nos manteve na liderança (VAS x ATG)

Terminou o último jogo do primeiro terço do 2º turno do Campeonato Brasileiro. 11 pontos conquistados em 18 disputados. Performance ruim para um líder que pega uma sequência fácil. O 1 a 1 saiu muito amargo, difícil de engolir e difícil também de recuperar. Isso porque o segundo terço do turno será mais complicado:

CRU X VAS
VAS X COR
INT X VAS
CAP X VAS
VAS X CAM
BAH X VAS

Seria ótimo que na disputa dos próximos 18 pontos conseguíssemos de 10 a 12 pontos, de maneira realista. Vencer Inter e Cruzeiro fora de casa é uma tarefa muito difícil, enquanto o Bahia com o melhor retranqueiro do Brasil como técnico será também um encontro complicado. Vencer o confronto direto contra o Corinthians será vital para nossas pretensões, do mesmo modo que precisaremos "surpreender" no mínimo um dos nossos advserários fora de casa. Na prática, precisamos de 3 a 4 vitórias para recuperar parte do prejuizo e, provavelmente, segurarmos a ponta. O ideal é também não sofrer nenhuma derrota, mas sendo realista, uma seria aceitável.

Agora fica mais nítido o motivo pelo qual tanto insisti no imperativo de fazermos uma grande campanha nos seis primeiros jogos, que se encerraram hoje. O ideal seria uma série de 6 vitórias, que não conseguimos. Mas, ainda assim, estamos na liderança. Poderíamos ter aberto três pontos de vantagem, mas abrimos apenas um.

Começamos com uma pressão incrível sobre o adversário. Marcação justa e adiantada, boa articulação pelo meio campo e pelo lado direito. Chutes a gol, jogadas perigosas e desperdiçadas. Enfrentamos, porém, o problema de escalar um ala fora de ritmo na lateral esquerda. Julinho apresentou muita dificuldade para marcar os cruzamentos pelo seu flanco. Isso nos rendeu o gol sofrido no meio do primeiro tempo: uma jogada pela nossa direita defensiva que fez a transição com a bola dominada à frente dos volantes para a esquerda, de onde saiu o cruzamento que pegou nossa zaga ainda se posicionando. Ao mesmo tempo que aproveitava nossa fraqueza na esquerda, portanto, o dragão colocou um jogador para buscar as jogadas na ponta direita aproveitando os espaços dados pelas subidas de Fagner.

Enfrentamos, portanto, um time extremamente retrancado que, incomumente, jogava pela pontas. O que criou dificuldades para nós foi também o que nos deu o gol de empate.Após bela jogada pelo flanco direito ofensivo, um lindo e raro cruzamento de Fagner  para a cabeçada certeira de Diego Souza, posicionado de centro-avante. Essa variação de posicionamento de Diego merece destaque: na articulação, um meia-esquerda que se centralizava; nas jogadas pela ponta direita, um centro-avante um pouco mais aberto e recuado que Elton.

Com marcação adiantada e posicionamento menos variável, é possível desenhar o primeiro tempo vascaíno em apenas uma prancheta:

Entramos num 4-4-2 clássico. Quer dizer, dois volantes centralizados e os meias mais abertos e adiantados. A grande quantidade de setas nesse esquema serve para mostrar que, com um posicionamento muito parecido, jogamos ofensiva e defensivamente. Isso porque nosso comportamento defensivo mais comum foi a marcação adiantada dentro dessa mesma formação. Eduardo Costa e Romulo foram mais participativos no meio do campo e até na marcação na intermediaria ofensiva. Abafar a saída de bola goianiense foi uma boa estratégia para evitar seu jogo de contra-ataque. Estratégia perigosa, porém. Com jogadores abertos nas pontas, seus contra-ataques pressionavam nossos laterais.
A dobradinha Fagner - Éder funcionou muito bem mais uma vez, potencializada pela participação frequente de Juninho. Este esteve com bastante disposição: chegando à ponta e organizando na intermediária ofensiva quando Diego Souza abria na esquerda ou avançava na posição já dita acima aproximando-se de Élton. Tivemos, porém, um vazio ofensivo na esquerda: a escalação de Julinho pouco se justificou, já que foi fraco na marcação e pouco presente no ataque. O primeiro tempo terminou com superioridade Vascaína, mas uma dificuldade pelo empate em 1 a 1. Uma pressão inicial avassaladora, mas um relativo crescimento do Atlético a partir da metade da etapa que não chegou a ameaçar nossa superioridade em futebol na partida. Ficou faltando a superioridade no placar, prometida para o segundo tempo.

A entrada de Marcio Careca foi puramente técnica. Julinho estava muito mal, até por estar retornando a jogar. Esperei, no mínimo, um lateral em melhor forma e, por isso, mais participativo na partida ofensiva e defensivamente. A entrada de Bernardo já foi física, com a contusão de Éder Luís. A saída do atacante em grande partida para a entrada do meia-atacante Bernardo era a possibilidade mais óbvia, mas gera alguma diferença tática na partida do Vasco. do 4-4-2 com dois meias abertos, saímos para um 4-5-1 ainda com dois meias abertos, mas Juninho mais centralizado. Logo após, outra substituição por problema físico: sai Fagner e entra Allan. Mantivemos, portanto, a ofensividade por ali.

Vejamos os dois desenhos táticos:
No 4-5-1 ofensivo, Diego Souza um pouco mais adiantado; no caso da defesa, tínhamos um posicionamento em que havia três possibilidades de saída para o contra-ataque: Bernardo Centralizado, Diego na esquerda e Juninho ou Allan na direita.

O Vasco ficava muito avançado e, por cansaço natural, não pôde sustentar a marcação avançada homem a homem que fazia no primeiro tempo. Quem joga futebol sabe que isso é muito mais cansativo. Por isso, nosso posicionamento defensivo apareceu mais, mas foi um posicionamento bastante natural: Juninho recuava para reforçar a marcação pela direita, enquanto Bernardo centralizava para puxar os contra-ataques. Por isso, dois posicionamentos diferentes: um 4-5-1 ofensivo e outro defensivo, um pouco diferente.

Uma partida extremamente aberta. Tudo poderia acontecer, mas o mais improvável, o empate, finalizou a partida. Jogando mais com coração e raça do que com técnica e tática, buscamos a virada de todas as maneiras possíveis e não conseguimos enquanto demos também diversas oportunidades aos goianos que, que bom, não conseguiram. Tropeçamos, erramos muito, decepção para a torcida.

Mas a liderança ainda é nossa. Se não teremos mais tantas oportunidades de garantir alguma vantagem ampla de pontos sobre nossos adversários, precisamos garantir que o time na ponta na última rodada será o nosso. E o Vasco tem time e elenco pra isso. Basta foco, apoio e raça. Vencer o Cruzeiro fora de casa seria maravilhoso: três pontos fora de casa, superação das dificuldades que enfrentaremos por desfalques e mais moral para o time e a torcida!

É o momento de olhar cada jogo como uma final, jogando cada um como se fosse o jogo da vida! Campeonato Brasileiro é longo prazo, mas o longo prazo está chegando ao fim. A vantagem que temos é que estando na ponta, planejar e projetar é mais fácil Basta tropeçarmos menos que nossos adversários. A pressão tem que recair sobre eles, e não sobre nós.

Que vençamos no fim de semana!
Abraços ligeiramente abalados, mas otimistas!

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