terça-feira, 13 de setembro de 2011

Um empate amargo... (FIG x VAS)

Amargo porque foi uma vitória em campo, mas empate no placar eletrônico.

E sendo o placar eletrônico o que importa, depois dessa frase não falarei mal da arbitragem nem do gol perdido por Diego Souza. Dos últimos 12 pontos disputados, conquistamos 7: isso dá um aproveitamento de menos de 60%. Abaixo do que precisa um campeão, e mais abaixo ainda do necessário para um campeão que pega uma sequência relativamente fácil de jogos. 9 dos 12 seria muito bom, mas, pensando nos 18 do primeiro terço do turno, podemos fazer 13 deles, o que seria um aproveitamento de 72%.

Apesar de dois tropeços, podemos ainda galgar uma boa recuperação e assumir a ponta. Não da maneira ideal para essas seis primeiras partidas, em que não seria absurdo conseguir 100% de aproveitamento. Trabalhemos, porém com a realidade. E, apesar do empate, a realidade me animou um pouco. Os motivos da animação: por mais que receba críticas, Cristóvão está melhorando um pouco. Não podemos esperar que ele fosse fazer o time jogar como o Gomes fazia, então o fato de ele colocar o time do seu jeito de modo que deveríamos ter ganho do Figueirense fora de casa é animador: ele está evoluindo. O segundo motivo é que Vitor Ramos também está evoluindo na posição: acho que o Renato Silva voltará definitivamente ao banco.

O Cristóvão vem se mostrando um cara muito mais preocupado com a marcação no meio que o próprio Ricardo Gomes. Na derrota para o América-MG ele declarou que o meio estava fraco, e contra o Figueira entrou com três volantes. De início xinguei, mas entendi depois. Cristóvão quis um meio-campo combativo para anular as armas do Figueirense. E para isso, deslocou também Éder Luís para a ponta esquerda: ali ele não funciona bem ofensivamente, mas foi importante para conter o lateral deles, que vem sendo importante. Daí, depreende-se que Cristóvão tem leituras táticas interessantes do adversário, e vai na escola de Gomes de adaptar o time a cada situação de jogo.

É por isso, então, que entramos assim:



Um 4-4-2 em losango, com dois volantes reforçando a marcação nas alas e saindo para o jogo alternadamente, sendo o Allan mais requisitado para isso. Isso aconteceu porque Fagner precisa de um jogador junto dele e porque Éder foi deslocado para a ponta esquerda enquanto Diego Souza ficava mais centralizado. Inicialmente, tivemos problemas de marcação e cobertura, mas isso foi lentamente se ajustando. Após o susto logo aos 4 minutos do primeiro tempo e da sortuda recuperação posterior, o Vasco foi crescendo e encurralando o Figueirense. A vitória parecia tornar-se questão de tempo.

Apesar disso, nem tudo foram flores. Parece que a vontade de anular as armas do Figueira foi maior que a vontade de fazer o time do Vasco funcionar. Ainda que na prática, em termos de bola na rede e domínio da partida tenha funcionado parcialmente, não nos deu os três pontos. A dupla Fagner e Allan é nitidamente menos efetiva que a dupla Fagner e Éder (e ainda menos efetiva do que quando temos por ali um trio); nossa articulação na saída de bola ficou um pouco prejudicada e as jogadas para o centro-avante foram ainda menos recorrentes. Faltou equilíbrio entre o "jogar"  e o "impedir que joguem".

No segundo tempo, a pressão na base da vontade e da marcação no meio campo começou a funcionar mais, e criamos mais chances. Ainda que não tenha sido um jogo bonito, nada normal justificava aquele empate. O Figueirense resolveu retrancar. Por isso, apesar das críticas, achei que o Cristóvão acertou nas substituições. Jumar, segundo os jogadores, vinha sendo ameaçado pelo juíz e Elton estava jogando como sempre. Nada mais justo, portanto, que tirar os dois: Diego Rosa surpreendeu por não comprometer na lateral esquerda e Kim entrou bem em campo depois que Cristóvão pediu que ele fizesse a ponta direita bem aberto.

Ficamos, então, com um 4-4-2 que se transformava em 4-3-3 muito frequentemente. Essa transformação se dava porque Diego Souza fazia as vezes de centro-avante nas jogadas ofensivas enquanto Allan se deslocava para a armação inicial dos ataques. Perdemos em qualidade no meio, pois Allan não é nenhum craque e apresenta deficiências para atuar como meia, mas ganhamos numa maneira de abrir a retranca catarinense e na posse de bola adiantada com Diego Souza, que protege muito bem a bola. De uma jogada emblemática em que Éder fechou da ponta esquerda para o centro e recebeu visando colocar Diego na cara do gol que saiu o lance que prometi não comentar.


Podemos ver, portanto, que o Cristóvão pode apresentar coisas interessantes ao Vasco. Por mais que receba críticas e as mereça em determinados momentos, nossa torcida está mais uma vez exagerando. Ele deveria colocar o Bernardo? Acredito que sim. MAS essa alteração poderia provocar dois efeitos, dependendo de quem saísse: queda da proteção do meio-campo, tirando Felipe Bastos (que, como sempre, entrou mal); ou falta de referência no meio e ataque, tirando Diego Souza (que estava mal também, mas poderia ter sido decisivo em mais de um lance). Quer dizer, Cristóvão estava diante de uma escolha complicada. Eu escolheria enfraquecer o meio, mas consciente de que não mexer não foi um erro grave. Nenhum técnico é obrigado a fazer 3 substituições: estávamos dominando daquela maneira, e era questão de tempo para sair o gol. Será mesmo que Bernardo resolveria?

Ao técnico, faltou equilíbrio e talvez ousadia. Não para fazer uma escalação inicial diferente, mas para fazer o Vasco jogar mais e colocar o time pra cima na hora certa. Aos jogadores, faltaram algumas atuações individuais melhores: Fagner, Diego Souza, Felipe Bastos, Elton; já destaco positivamente Vitor Ramos (não que tenha ido muito bem, mas melhorou), Romulo (esse sim jogou muito) e Éder Luís (que fora de posição conseguiu incomodar).

Mais do que nunca, estamos OBRIGADOS a ganhar 6 pontos nas próximas duas partidas. Infelizmente, as coisas estão indo pior do que eu acho que seria o ideal, mas não estão irrecuperáveis. Antes mesmo de adquirir gordura pra queimar nós a queimamos, o que exigirá de nós uma campanha muito mais justa para o pentacampeonato. É perfeitamente possível e, repito, dependeremos da nossa torcida!

Um abraço a todos!

2 comentários:

  1. Muito bacana sua analise...só que eu acho que tinha que ter comentado sobre os desfalques...pois o cristovão nao tinha um mar de rosas no banco asuhasus

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  2. Mas tinha o Diego Rosas (nossa me superei na tapadice hahaha)!

    mas é verdade... sem Felipe, sem Juninho, sem E. Costa... e na próxima Dedé e Romulo estarão cansados da seleção... espero que joguem!

    abraço

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